sábado, 19 de março de 2016

Elementos básicos de comunicação visual


“Sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a substância visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos.” DONDIS, A. D. (1994), La sintaxis de la imagem, Introducción al alfabeto visual, Ed. GG Diseño, Barcelona 

Ponto: Não é possível ver ou sentir um ponto, pois trata-se de uma posição sem área. A posição do ponto pode ser definida por coordenadas. O ponto é também a unidade de comunicação visual mais simples. Qualquer ponto pode ter uma grande atração visual sobre o olho, exista ele simplesmente ou tenha sido colocado pelo homem em solução a um objetivo qualquer.

Linha Uma linha pode ser entendida como uma quantidade de pontos adjacentes uns aos outros. Uma linha pode ser infinita ou ter dois pontos finais. Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna possível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção, e todos os pontos transformam-se noutro elemento visual que é a linha. A linha nunca é estática, onde quer que seja utilizada, é o instrumento necessário da pré-visualização, o meio de apresentar, em forma palpável, aquilo que ainda não existem a não ser na nossa imaginação. Contudo, a linha não é vaga, é decisiva e tem um propósito e uma direção. Assim, a linha pode ser rigorosa e técnica. “A linha é o meio indispensável para tornar visível o que ainda não pode ser visto, por existir apenas na imaginação.”


Textura: A textura é uma estrutura que pode ser vista e/ou sentida. A textura pode ser formada por linhas estruturais e/ou por objetos. As texturas seguem o mesmo sistema das estruturas abstratas: formal, informal, graduação radiação e espiral. A textura é o elemento visual que serve de substituto para as qualidades de outro sentido, o tato. É possível que uma textura não apresente qualidades táteis, mas apenas óticas, como no caso dos padrões de um determinado tecido. 

Direção: A direção de um movimento pode ser definida pela linha que leva do ponto inicial do movimento ao seu ponto final presumido. Todas as formas básicas manifestam três direções visuais básicas e significativas: o quadrado, a horizontal e a vertical, assim como, o triângulo, a diagonal, o círculo e a curva. Cada uma das direções tem uma forte interpretação e é um instrumento fundamental para a criação de mensagens visuais. “Todas as forças direcionais são de grande importância para a intenção compositiva voltada para um efeito e um significado definidos.”

Forma: A linha descreve uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Nas artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Todas as formas básicas são figuras planas e simples, fundamentais, que podem ser facilmente descritas e construídas, tanto visual quanto verbalmente.

Tom: As margens com que se usa a linha para representar, por exemplo, um esboço aparecem, na maior parte dos casos, em forma de justaposição de tons, ou seja, de intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista. Vemos graças à presença ou ausência relativa de luz, mas a luz não se irradia com uniformidade do meio ambiente, seja ela emitida pelo Sol, pela Lua ou por alguma fonte artificial. A luz circunda as coisas, é refletida por superfícies brilhantes, incide sobre objetos que têm, eles próprios, claridade ou obscuridade relativa. As variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da mensagem visual. 

Escala: Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. O processo constitui, em si, o elemento daquilo que chamamos de escala. A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das indicações visuais, mas também através das relações com o campo ou com o ambiente. Em termos de escala, os resultados visuais são fluidos, e não absolutos, pois estão sujeitos a muitas variáveis modificadoras. No estabelecimento da escala, o fator relevante é a medida do próprio homem. 

Movimento: É o elemento visual que se encontra muito frequentemente implícito do que explícito no modo visual. Todas as técnicas são fáceis de nos enganar: a ilusão de textura ou dimensão só parecem reais devido ao uso de uma manifestação de detalhes, como acontece na dimensão. A sugestão de movimento nas informações visuais estáticas é mais difícil de conseguir sem que não se distorça a realidade e depende da nossa experiência de movimento na vida. O milagre do movimento como componente visual é dinâmico.

Bibliografia:
DONDIS, A. D. (1994), La sintaxis de la imagem, Introducción al alfabeto visual, Ed. GG Diseño, Barcelona
LEBORG, Christian (2015), Gramática visual, Ed. GG Diseño, Barcelona.

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