No âmbito da unidade curricular de Design e Comunicação Visual, foi-nos
proposta a realização de uma infografia.
Uma infografia é uma representação gráfica de informação. São cada vez mais usadas
para que a informação seja explicada de forma mais dinâmica. “Na verdade, a infografia
é um recurso absolutamente informativo, com potencial para substituir o texto em
algumas ocasiões ou mesmo contar histórias e revelar detalhes que não poderiam ser
apresentados de outra forma.” 1.
Primeiramente, começamos por fazer uma recolha de infografias dos vários
temas que o JPN nos sugeriu. De facto, existiu muita indecisão pelo leque de
possibilidades que nos foi apresentado. No entanto, o desenvolvimento da proposta
terminou na realização de uma infografia sobre os 20 anos do Centro Histórico do Porto,
pois este ano completam-se 20 anos sobre a elevação do Centro Histórico a Património
Cultural da Humanidade. São mais de 50 os monumentos e várias as áreas adjacentes
que são parte integrante do Centro Histórico. “A infografia pode reunir elementos
diversos como fotografia, texto, ilustrações, mapas, gráficos ou qualquer recurso visual
necessário para dar coerência entre todas as suas partes, com o objetivo de transmitir
informações variadas sobre um determinado acontecimento, explicar um lugar, uma
prática ou objeto.” (1) De seguida, fizemos uma recolha de infografias estáticas
relacionadas com o tema selecionado, de forma a compreender a importância que
diferentes elementos têm numa composição deste género: timelines, gráficos, desenho
e texto.
À medida que avançávamos na nossa pesquisa, era fácil encontrar uma
multiplicidade de infografias e formas de representar os dados respeitantes a outros
temas, mas no que dizia respeito ao nosso tópico, houve alguma escassez. Apesar disso,
esta pesquisa indicou-nos o essencial, pois permitiu encontrar algumas ideias à
realização da nossa proposta.
Na concretização deste trabalho, e de acordo com o tema (Centro Histórico a
Património da Humanidade), tínhamos assente a ideia de que era possível facilmente
procurar e filtrar toda a informação necessária. Recorremos ao site de Turismo do Porto,
e aqui encontramos a informação que dizia respeito aos diversos monumentos, igrejas,
capelas, entre outros espaços, que nos possibilitaria uma infografia pertinente e
acessível de interpretar. Depois de recolhidos os dados e de decidir que informação
utilizar, foi importante definir como estruturaríamos a infografia visualmente. Por um
lado, determinámos que iriamos utilizar a linha 22 do Elétrico do Porto, como forma de
perceber que através desta pode-se chegar rapidamente aos sítios indicados como
Centro Histórico e Património Mundial. A linha 22 Circular Carmo-Batalha faz a ligação
entre o Carmo e Batalha, com ligação à estação do Funicular dos Guindais. E é
precisamente este trajeto que queremos realçar, através de um limite geográfico que
assinalamos na nossa infografia. Como é possível observar no trabalho final e como já
foi referido, esta lógica foi pensada de modo a que o observador perceba que pode
percorrer e atravessar vários sítios onde se encontram tudo aquilo que pode visitar
respeitante ao Centro Histórico. Por outro lado, optámos por uma infografia horizontal,
pois é o formato que mais se aproxima de um mapa real e que nos daria mais liberdade
gráfica e permitir um resultado mais estético.
Dos diversos elementos infográficos que vimos na pesquisa e na recolha
fotográfica, decidimos recorrer ao texto, ao mapa e ao desenho. “Assim como para fazer
um jornal, editar um vídeo ou áudio, qualquer pessoa que se disponha a criar uma
infografia precisa de saber o mínimo das ferramentas gráficas essenciais.” (1)
No que diz respeito ao título, este deveria ser informativo e que despertasse
interesse do observador. Optámos por colocar um título (Linha 22) que fosse prático e
que ambientasse, de imediato, o assunto que se trata, levando a que a visualização de
toda a infografia seja indispensável.
O lead não é muito extenso, isto é, não faria sentido alongarmos muito o mesmo,
para que não se tornasse aborrecido e também fosse possível privilegiar mais a
informação gráfica. No que diz respeito à tipografia, tínhamos em consciência que esta
tem um grande peso na imagem visual e naquilo que é transmitido. Assim, selecionamos
a tipografia Century no nome das ruas e na legenda por questões de estética e porque
é uma fonte de fácil compreensão e rápida apreensão da informação, e preferimos a
Courier New, para o título pois tem umas linhas mais clássica que são possíveis associar
à estrutura do eléctrico. A Times New Roman foi a fonte escolhida para o lead, para
complementar a do título e porque permite uma melhor leitura.
Relativamente às cores, tivemos em atenção para que, numa composição deste
tipo, não utilizássemos muitas cores diferentes, para não gerar “ruído”. Deste modo,
utilizamos para o título e lead o azul e o preto respetivamente. O verde o Jardim da
Cordoaria, assim como, de novo, o azul para destacar o Rio Douro. Foi a usar estas
tonalidades que consideramos que a cor do fundo não era muito importante, de modo
que fosse possível tornar a leitura da infografia mais simplificada.
Em relação aos elementos gráficos usamos o mapa para indicar onde estão
situados alguns locais respeitantes ao Centro Histórico, tal como utilizamos o desenho
de monumentos, igrejas, casas-museu, capelas, para conceder uma maior dinâmica à
infografia. Também nos servimos de um “elétrico” para representar este mesmo meio
de transporte e o seu respetivo percurso. A escolha destes elementos foi pertinente
devido à relação do tipo de informação que estamos a apresentar.
Pelo exposto, podemos concluir que a infografia é um trabalho essencialmente
coletivo, e para isso, é necessário apurar e organizar as informações que serão
apresentadas na composição, que acaba por estar ligado ao mundo do jornalismo.
Visualizar informação significa apreender o significado de uma mensagem através de
imagens, que podem ou não ser acompanhas por textos. No nosso caso, através da
imagem, a informação pode ser apreendida de forma mais clara e rápida.
No trabalho final melhorado, decidimos manter os mesmos elementos, mas
fazer algumas alterações. Colocámos um mapa mais geral do Porto para quem está a
consultar a infografia consiga perceber onde se localiza o centro histórico dentro doPorto. Reduzimos também o tamanha da legenda que estava demasiado destacada. O
mapa continua com a sensação de aproximação graças aos círculos que parecem fazer
zoom no mapa, parecendo uma lupa.
1 Ipolito, D. B. (2010). Proposta da inclusão da disciplina infografia no currículo de Jornalismo https://danilobueno.files.wordpress.com/2010/10/infografia_forum_de_graduacao_e ca_usp.pdf